Assumindo que se trata de uma entidade gerida por profissionais, o preço de venda ao público de um produto ou serviço é uma ótima forma de compreender se somos o seu destinatário natural enquanto consumidores.
Assim: se tivermos dinheiro para o comprar, fazemos parte do público-alvo se não tivermos…não fazemos! É claro que por vezes a compra a crédito entra nesta equação e “subimos um nível”, mas ainda assim há patamares (leia-se prestações) que não são para o nosso rating (nível de crédito), tornando certos produtos e serviços mesmo inacessíveis.
Observando do ângulo empresarial, fatores como a sensação de exclusividade ao conduzir “aquela” marca e modelo de carro ou como a pertença “àquele” grupo que sentimos quando escolhemos um hotel, são fortemente explorados através de experiências que nos fazem agir motivados pela emoção e deixar as características concretas e funcionais de qualquer produto ou serviço para segundo plano.
A definição estratégica do público-alvo é crucial para alcançar os objetivos e deve ir muito além do rendimento do cliente. É essencial considerar critérios comportamentais (hábitos de consumo/compra), dados demográficos (género, idade, estado civil, escolaridade), área geográfica, ter em conta se se trata de um consumidor final ou de uma empresa e quaisquer outros aspetos que possam contribuir para uma clarificação da nossa persona (perfil de cliente).
E porque será tão importante para as marcas definirem claramente o target?
A resposta é simples: Porque só conseguirão atrair a atenção desejada quando dividirem a plateia em plateias mais pequenas e construírem narrativas que detenham o real interesse de um pequeno grupo de indivíduos que se sente o verdadeiro destinatário da mensagem, que vai beneficiar com os atributos concretos do produto/serviço em questão e que pode pagar o preço fixado (preferencialmente sem hipotecar o seu futuro).
Quem nunca pensou numa ida às compras: “parece que isto foi feito para mim!”?