Humanizando…passo a passo!

Trata-se aparentemente de um “sinal dos tempos” que o prémio Nobel da Economia tenha sido entregue recentemente ao americano Richard Thaler, professor universitário, cujos estudos científicos têm contribuído para a compreensão do processo de tomada de decisão, defendendo que, ainda que sejam puramente económicas, as decisões são tomadas por pessoas que lhes atribuem traços humanos, rejeitando por vezes a racionalidade.

As questões técnicas e processuais envolvidas num negócio são muitas vezes a parte visível do mesmo e as exigências que surgem em cadernos de encargos e requisições de bens/serviços representam o ponto de partida, a obrigatoriedade formal e rígida a que as empresas estão sujeitas se quiserem “ir a jogo” e apresentar as suas propostas, como se fossem os “mínimos olímpicos” para um atleta.

É no entanto essencial que tenhamos em conta que os intervenientes na tomada de qualquer decisão são pessoas e que cada uma transporta permanentemente uma bagagem de convicções, ideias e experiências diferenciadas que irão influenciar as suas acções, tornando-as possivelmente únicas.

Desta forma, é obrigatório considerar e valorizar a vertente humana de cada negócio considerando que esta pode (e deve) fazer a diferença num mercado tão competitivo como é o actual, e mesmo em sectores mais formais (pouco habituados a este “calor”) é um imperativo conjugar as competências eminentemente técnicas (hard skills) que são fundamentais para um desempenho de excelência, com as competências comportamentais (soft skills) de cada individuo, tirando o melhor dele a cada momento.

Se seria lunático pensar hoje no consumidor fiel, naquele que não estuda alternativas, que não questiona, que não exige, seria ainda mais lunático ignorar o poder da relação humana em qualquer actividade.

Vale por isso a pena perguntar: o que nos está a impedir de colocar um pouco da nossa humanidade em cada uma das nossas acções profissionais?

Vamos, passo a passo humanizando!

Artigo sobre a importância de considerar a natureza humana dos intervenientes em qualquer negócio.
Publicado em Outubro de 2017 (Odivelas Notícias